segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Preço da Violência.


O PREÇO DA VIOLÊNCIA.

Quanto custa a violência que assola o Brasil? Qual o preço das vidas arrancadas no início, de milhares de jovens mortos antes de atingirem 25 anos? Quanto custa a vida e a saúde dos mais velhos, também vítimas deste absurdo, que ceifa a luz do dia com a tenacidade dos deuses perseguindo seus desafetos?
Não há fim, nem luz no final do túnel. E o máximo que podemos fazer é torcer para não ser conosco porque a chance da polícia chegar é pequena e, depois, se o bandido for preso, a chance dele ficar na cadeia é menor ainda.
Num cenário destes, sobra o consolo das apólices de seguros, que, se não reparam o mal sofrido, pelo menos minimizam prejuízos que seriam maiores ainda.
Ninguém imagina que uma indenização de seguro de vida vá substituir a vida e a companhia de um ente querido, mas pelo menos minimiza a falta que este arrimo de família fará aos seus, garantindo o pão nosso de cada dia e a educação dos filhos.
O que uma apólice de roubo pode fazer além de pagar o que for roubado ou furtado? Pouco, já que não impede o evento, mas muito, se tomarmos o outro lado e pensarmos na tranqüilidade que a certeza da reposição da perda dá para a vítima, evitando um ato impensado ou de desespero, na tentativa de salvar o bem.
O custo da violência ainda não foi inteiramente quantificado. Mas com certeza passa de várias dezenas de bilhões de reais por ano.
Nele entram os custos médico-hospitalares, as recuperações físicas e psíquicas, o desmantelamento das famílias, o comprometimento do futuro dos filhos, os custos diretos com as mercadorias roubadas e com os impostos, dos quais o governo não abre mão na reposição das perdas.
Entram ainda a explosão incontrolável do poder do crime organizado, representado dramaticamente pelo exército subindo o morro para encontrar 10 fuzis roubados de um quartel. E o vexame de desrespeito aos mais comezinhos princípios morais, na dança da deputada comemorando a absolvição de um colega, réu confesso de haver recebido o mensalão.
Entra a descrença da população nas organizações que deveriam lhe dar a segurança e o bem estar pelo qual pagam uma das maiores cargas tributárias do mundo.
E para a economia, entram os bilhões de reais que são desviados da cadeia produtiva, quer porque investidos em atividades ilícitas, quer porque roubados em assaltos de todos os tipos, quer porque necessários para repor as perdas anteriores.
Neste rol, as seguradoras arcam com uma carga pesada nas indenizações nas carteiras de automóvel, vida, saúde e acidentes pessoais. Pagam o roubo de mercadorias as mais diversas, subtraídas nas viagens pelas estradas nacionais.
Pagam porque seu negócio é pagar, remediando as perdas da sociedade que elas protegem, porque seu negócio é a proteção social através da reposição dos patrimônios e capacidades de atuação, afetados pelos sinistros, entre eles os decorrentes da violência.
No curto prazo, há pouco para ser feito. As ações que podem ter efeito são lentas, começando pelo treinamento e aparelhamento das polícias. Além disso, não se vê vontade política de enfrentar o problema com a firmeza que ele merece.
Enquanto isso, nós cidadãos comuns, podemos orar e fazer seguros, entregando o futuro para Deus. E só quem passou por uma cena de violência sabe como Ele é importante quando a força da lei não cumpre seu dever.

Antonio Penteado Mendonça Antonio Penteado Mendonça é advogado e consultor, professor do Curso de Especialização em Seguros da FIA/FEA-USP e comentarista da Rádio Eldorado. E-mail: advocacia@penteadomendonca.com.br
http://www.meunordesteparacristo.com.br/atualidade_foco/index_atualidade_foco.html

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